O curso é o terceiro de quatro que serão realizados com as famílias do município
O município de Sobradinho está realizando sua terceira capacitação de Gerenciamento de Recursos Hídricos com as famílias que receberão as cisternas de captação de água para consumo humano. O evento é o penúltimo de uma jornada de formações que foram realizadas no município durante este mês.
Misael, monitor de GRH, anima os participantes |
A terceira capacitação que reúne as famílias das comunidades como Fonte de Vida, Chapadinha, Brejo de Fora e Poço do Angico iniciou ontem (12) e segue hoje com o objetivo de conscientizar as famílias da importância de ter água limpa e própria para o consumo perto de casa. Para Cleidjane Marques, 28, moradora da comunidade Tatauí II, “é bom aprender como cuidar bem da água”. O pensamento dela é semelhante ao de Seu Nezinho da comunidade Fonte de Vida, o mesmo explica que “a gente tem que zelar a cisterna como se fosse a nossa família. Por que isso é saúde, é vida”, comenta.
Liberdade – Seu Erivelton Rosa, 53, morador do Sítio Pedra Mole enxerga a cisterna como uma possibilidade de libertação do sistema de compra de votos, conhecido como indústria da seca. “A maior massa política usa das artimanhas, de oportunismo para aproveitar o pequeno, o humilde, que sabe que é carente, que sabe que ele é necessitado e aí ele [o mau político] usa essa necessidade como arma para obter o voto, para sempre continuar no poder, ter o eleitor preso a ele”, denuncia o beneficiário do programa de cisternas. De acordo com Erivelton, a cisterna é tida como o início de um processo de libertação.
Iara Campos socializa o trabalho de seu grupo |
Destaque – Com apenas 12 anos a pequena Iara Campos se destacou entre os participantes do curso por sua personalidade, disposição e consciência crítica. Ela mora com a família na comunidade Fonte de Vida, a qual é abastecida por um canal, contudo a água é imprópria para o consumo humano. Às vezes Iara e a família tem que passar dias na Sede do município por conta da falta de água na comunidade onde reside.
Ela explica que sua família solicita à prefeitura do município o abastecimento através de carro-pipa, mas nem sempre são atendidos e alguns pedidos levam muito tempo para serem atendidos. Com isso a família é obrigada a passar dias em Sobradinho.
Mesmo assim Iara diz não se acostumar com a vida na cidade e prefere a zona rural. ”Lá é melhor, é divertido, lá não é um lugar fechado. Lá já tem as plantas, já tá plantada acerola, goiaba.
Orgulho – A dona Maria das Graças, 65, moradora de Brejo de Fora deixa explícito um orgulho enorme de morar no semiárido. “Nós vivemos no Brejo [Brejo de Fora] uma vida muito bonita. Nós temos uma média de 300 casas no Povoado e nós temos uma convivência como se todos fossem irmãos. Nós dormimos de porta aberta, nós temos confiança no meu vizinho, nas pessoas que moram, que residem lá. A gente se sente muito feliz por que a gente tem uma vida muita tranqüila”,conclui.
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