quinta-feira, 28 de julho de 2011

Trabalhadores(as) Rurais comemoram as suas conquistas e lutas em Remanso

A caminhada foi apenas uma das várias atividades realizadas
Com faixas, palavras de ordem, cânticos ligados a categoria, mais de 600 trabalhadores e trabalhadoras, entre jovens, adultos e crianças, na manhã do dia 22 de julho, percorreram as principais ruas da cidade para chamar a atenção de autoridades e população para as suas lutas e conquistas. 

Rumo ao Centro Social participaram de um seminário que trouxe como temas centrais os programas do governo federal: Luz para Todos e o Água para Todos.

A Superintendente da Codevasf, Ana Angélica, disse que além do encanamento de água para as comunidades rurais através de adutoras, a meta do governo federal é universalizar as cisternas de consumo humano. Acredita que no município de Remanso 500 cisternas completam as famílias que ainda faltam receber a 1ª água. Ela cita o material de alta qualidade que será usado para as cisternas – apenas para montagem, não precisa fazer placas e já foi experimentado em outros países, como a Malásia.

Angélica finaliza acrescentando que nesses últimos 08 anos tem diminuído o êxodo rural de nordestinos para os grandes centros e que esse número caiu para 22%, ou seja, muitas famílias têm retornado para sua terra natal e ter acesso a 1ª água é o primeiro passo para garantir a segurança alimentar.

Luz Para Todos – A coordenadora estadual do Programa Luz para Todos, Marileide Luna Brasil, encheu os participantes de esperança ao dizer que mais ligações serão feitas em Remanso, atendendo 2.259 famílias rurais, que fazem parte das comunidades que já estão aprovados pelo Comitê Gestor e aquelas que estão em processo de aprovação. Durante a semana, 25 a 29 de julho, um agente do Programa atende as demandas e visita as comunidades de Remanso junto à diretoria do STR.

Escolas – Uma questão específica são as unidades escolares de Ensino Médio que funcionam com a energia de placa solar, mas que não supre a necessidade do acesso a internet ou o simples uso de computadores, projeto implantado pelo próprio governo. A direção do STR solicitou visita e solução a essa demanda.

Alguns participantes se manifestaram questionando o uso limitado da placa solar e se seria possível a troca. “Primeiro serão atendidas as famílias que não possuem nenhum tipo de energia. Não há previsão para rever esta situação”, afirmou Marileide.

Crédito rural – Durante o seminário o gerente do Banco Brasil, Wanderley Bonifácio O. Brito, e o gerente de negócios do Banco Nordeste, José Ubiratan Lopes Dias, falaram sobre a importância da linha de crédito PRONAF e a garantia de melhorias na produção dos agricultores e agricultoras. Quanto a Lei 12.249/2010 ambos se colocaram abertos e estimulando a negociação de dívidas. Ubiratan diz que a lei é uma oportunidade para os agricultores se libertarem da dívida. “A caprinocultura, por exemplo, é prevista como a sustentabilidade das atividades de produção para esses próximos 20 anos”, comentou Wanderley.
Algumas autoridades presentes enfatizaram em suas falas “que as políticas públicas estão chegando às casas das famílias trabalhadoras”. O coordenador da SAET, Mauro Macêdo ressaltou a importante parceria com o STR para implementação do Projeto Cisternas em Remanso e finalizou: “a ampliação das linhas de ação da SAET irá garantir melhor moradia às famílias rurais e água de chuva para beber e produzir”.

Texto: Lise Luz
Foto: Paróquia de Remanso

quarta-feira, 27 de julho de 2011

25 de Julho: Dia de quem cultiva a terra e luta pela vida





Popularmente se diz que o 25 de Julho é o "Dia do Agricultor", mas em muitos locais se diz "Dia do Colono" e ultimamente se recupera um sentido mais original para quem trabalha no campo e se diz que é o "Dia do Camponês". Na verdade o "Dia do Agricultor" é 28 de Julho, data instituída a partir do centenário da criação do Ministério da Agricultura, em 1960, por decreto do presidente Juscelino Kubitschek. Já a data de 25 de Julho, como "Dia do Colono" é uma homenagem aos "colonos" estrangeiros que imigraram ao Brasil no final do século 19 início do século 20.


Mas, hoje, quando se fala em agricultor, colono ou camponês, já se sabe que se refere ao pequeno agricultor, o homem e a mulher que trabalham na agricultura familiar e camponesa. E quando se refere aos grandes, os latifundiários e ruralistas, eles gostam de serem chamados de "produtores rurais". E a imprensa frisa muito bem esta terminologia. De fato eles produzem e muito. Produzem, em primeiro lugar, a fome e a miséria porque roubam a terra de quem dela precisa. Produzem riqueza para eles. Os grandes não cultivam a terra, simplesmente arrancam dela o lucro.

Enquanto o pequeno agricultor, o colono, o camponês cultiva a terra, semeando a boa semente para colher o pão de cada dia que alimenta sua família e nutre o Brasil, o dito produtor rural trabalha com dinheiro e na terra põe o transgênico e o veneno e colhe muito mais dinheiro. Você já viu um produtor rural produzir sem dinheiro? Ele usa dinheiro público para arrancar da terra mais riqueza para ele próprio. Mas o pequeno agricultor, que nem sempre tem recursos para cultivar a terra, trabalha na fé, na coragem e no amor.

Mas, a mulher e o homem que, com simplicidade, cultivam a terra, também são cultivados por ela e aprendem a lutar pela sua dignidade e pelo respeito a vida. Quando pessoas simples e humildes se levantam do chão como plantas que querem florir, é porque a terra cultivou seus corações e mentes e aprenderam na vida que é preciso lutar para viver. Por isso, nesta data, é preciso enaltecer mulheres e o homens que, cultivando a terra, aprendem a lutar.

25 de Julho deve ser um dia para celebrar e lutar, porque a vida do pequeno agricultor, colono ou camponês é marcada pela luta, mas com muita mistica e amor com a terra.

Pilato Pereira – membro do CPT do Rio Grande do Sul
Foto: Arquivo SAET

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Conferência discute a Segurança Alimentar no Sertão do São Francisco

O acesso a terra para produção é o fator que mais preocupa os participantes

Auditório lotado nos dois dias de conferência


Reunidos no auditório do Campus III da Uneb, os delegados da Conferência Territorial de Segurança Alimentar e Nutricional discutiram em dois dias (06 e 07/jul) as situações de insegurança alimentar que atingem o Sertão do São Francisco e as possíveis saídas para a resolução do problema.

O evento é um passo importante para a construção de um plano que contemple a necessidade alimentar da população. Para Carlos Eduardo, integrante do CONSEA (Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional), outro espaço importante para a garantia de uma alimentação adequada são os conselhos municipais. “Criação do conselho não pode ser uma coisa só do prefeito. Precisa ter uma mobilização da sociedade civil para organizar a discussão no município e conselho seria uma conseqüência e não um ponto de partida”, adverte ele. Calos defende ainda que a segurança alimentar deva se tornar uma política pública nos municípios.

A questão da terra – Um dos principais motivos apontados como causa da insegurança alimentar no território é a má distribuição das terras. De acordo com a planilha apresentada pelos grupos de trabalho da conferência o acesso a terra para produção de alimentos é muito baixa. Há casos em que as famílias até têm a terra para produzir, mas o espaço é pequeno, ou falta água para irrigar o plantio.

Por outro lado foram citados como avanços os programas de cisternas (tanto de consumo, quanto para produção) e ATER – Assistência Técnica e Extensão Rural. Em todos os grupos de trabalho a proposta de ampliação desses programas foi citada. Os delegados também apontaram programas como PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) e PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) como iniciativas que têm trazido bons resultados.

No final do segundo dia foram eleitos os delegados que deverão participar representar os dez municípios do Território (Campo Alegre de Loudes, Canudos, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé, Sobradinho e Uauá) na etapa estadual da conferência.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

ERRATA - PREGÃO 002/2011

A SAET torna público a errta 001, referente ao pregão 002/2011

Segue o link:

http://www.megagenius.net.br/errata002.pdf

SAET reúne famílias beneficiárias do Salitre


Boa parte das famílias compareceram a reunião

A equipe da SAET visitou nesse sábado (02) a comunidade do Salitre, em Juazeiro, para se reunir com as famílias beneficiárias do Projeto Cisternas. No encontro foram discutidos os detalhes do processo de construção na região.

Mauro Macêdo, coordenador do projeto, lembrou as famílias que “os pedreiros estão fora de suas residências, fazendo um trabalho social” e pediu para que todos recebam bem os trabalhadores, que em alguns casos vêm de outros municípios.

Outro pedido feito às famílias diz respeito ao processo que antecede a chegada do pedreiro. Leonice Rocha, integrante da Comissão Municipal de Juazeiro diz que é preciso “estar tudo pronto”, para que quando o pedreiro chegue já tenha um ajudante aguardando e o buraco esteja cavado.

Na região do Salitre está prevista a construção de 69 (sessenta e nove) cisternas. Dessas 30 (trinta) já estão construídas. De acordo com Anderson Fabiano, animador de comunidade, “os pedreiros disseram que até o início de agosto terminam as construções na região”.


Em outras regiões – na comunidade de Serra dos Badecas 12 (doze) famílias já têm a cisterna construída e outras 13 (treze) em Açude da Rancharia vivem a expectativa da construção. Segundo Anderson Fabiano, “os pedreiros já bateram as placas e já começaram a construção hoje” (04). 

Em Tanque Novo, região do Distrito Abóbora, 24 (vinte e quatro) cisternas estão prontas e já foram fotografadas. “Juazeiro está pegando fogo”, exclama o animador, referindo-se ao ritmo das construções no município.

Conhecendo de perto – a equipe de escritório do Projeto Cisternas teve a oportunidade de conhecer de perto o processo de construção. Na visita ao Salitre a equipe esteve numa comunidade em que há outros projetos construindo cisternas de produção.

O coordenador mostra aos auxialiares administrativos uma cisterna de produção recém-construída

Conferência de SAN do Território Sertão do São Francisco reúne representantes de organizações sociais e do poder público dias 06 e 07 de julho



Texto: SASOP

Entre os dias 06 e 07 de julho (quarta e quinta-feira), a cidade de Juazeiro sediará a Conferência de Segurança Alimentar e Nutricional do Território Sertão do São Francisco. O evento tem o objetivo de construir compromissos para efetivar o direito humano à alimentação adequada e saudável no Estado da Bahia e promover a soberania alimentar, por meio da implementação da Política e do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), com a participação da sociedade.
Com o tema Alimentação Adequada e Saudável: Direito de Todos, a Conferência reunirá representantes de organizações sociais e do poder público, no Centro de Cultura João Gilberto. A proposta é analisar avanços, ameaças e perspectivas para a efetivação do direito humano à alimentação e para a promoção da soberania e da segurança alimentar; apresentar elementos para a construção do I Plano Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional; fazer avançar e qualificar o processo de implementação do SISAN na Bahia e no Brasil; mobilizar e comprometer os atores para a adesão ao SISAN e à construção do pacto pelo direito humano à alimentação no Estado da Bahia.
As 19 conferências territoriais tiveram início no mês de maio e envolverão, até final de julho, mais de 3.200 pessoas, de onde serão escolhidos 1.090 delegados, com representação da sociedade civil e do governo, para participar da IV Conferência Estadual, que acontece no mês de setembro, em Salvador. Os produtos dos debates subsidiarão, junto com os outros Estados, a IV Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, programada para novembro de 2011, também em Salvador-BA.
O Direito Humano à Alimentação Adequada e Saudável (DHAA) está assegurado no artigo 6º da Constituição Federal e tornou-se um marco na construção e implementação de políticas do Sistema Nacional e Estadual de segurança Alimentar e Nutricional. É considerado direito fundamental para a sobrevivência e a busca de outros direitos humanos.