Quarenta agricultores beneficiados pelo Projeto Cisternas da SAET (Sociedade de Ações Educativas Sociais e Tecnológicas) participaram nos dias 11 e 12 de um intercâmbio de agricultores, realizado em comunidades dos municípios de Central e Barro Alto localizados no Território de Identidade Irecê.
Seu Eudes fala aos visitantes |
O intercâmbio é mais uma das atividades de formação proporcionadas pelo projeto que construiu em pouco mais de um ano 1.810 cisternas de placa, sendo 190 de captação de água para produção de alimentos.
Todos os participantes da atividade são agricultores que, recentemente, receberam a cisterna de 50 mil litros através de um convênio entre a SAET/ASA (Articulação no Semi-Árido) com o Governo do Estado da Bahia e Governo Federal.
Na visita os agricultores conheceram duas experiências de produção no semiárido e várias atividades diferentes, que visam o fortalecimento dos animais através de alimentação adequada e do uso racional da água.
A primeira experiência visitada foi a de seu Eudes de Souza, que desenvolve em sua propriedade várias atividades de plantio, desde legumes a plantas nativas da caatinga. O agricultor mantém uma área grande de mata virgem e dentro desse espaço ele cultiva frutas, legumes e plantas medicinais.
Entre essas plantas está a noni, que segundo seu Eudes é utilizada no tratamento de várias doenças, inclusive câncer de próstata e osteoporose.
Para irrigar as plantas seu Eudes usa água de um poço que tem uma vazão de 13 mil litros por hora. Isso é uma quantidade muito grande de água, que seu Eudes diz não usar totalmente. “Eu não faço inundação, faço molhação. Essa molhação é o suficiente para as plantas sobreviverem. Eu não quero fazer inundação por que o meu vizinho precisa também e quando eu não exploro essa água sobra pra alguém e se alguém lá não fizer o certo eu não tenho culpa”, justifica.
A segunda experiência visitada foi a que rendeu ao CAA (Centro de Assessoria do Assuruá) o prêmio de Tecnologias Sociais, da Fundação Banco do Brasil.
Na comunidade de Boi de Hermano no município de Central os agricultores viram de perto o resultado das atividades do Projeto Cisternas nas Escolas. O professor Renato Pereira, responsável pelo projeto na comunidade, mostrou aos visitantes a bela horta que junto aos alunos e vizinhos cultiva no terreno cheio de rochas, localizado nos fundos da escola daquele povoado.
O professor Renato explica o projeto ao grupo de visitantes |
O cultivo dos vegetais deve-se ao armazenamento da água da chuva – numa cisterna de 50 mil litros – e ao empenho da comunidade que atua diretamente no projeto. Segundo o professor, a produção realizada nos canteiros é suficiente para alimentar as crianças durante todo o ano letivo.
Avaliação – Mauro Macêdo, coordenador da SAET, avaliou como positiva a atividade, principalmente pela interatividade que aconteceu entre os agricultores visitantes (advindos de Sobradinho e Casa Nova) e os anfitriões. “O objetivo é justamente interagir com pessoas que desenvolvem alternativas viáveis para o semiárido. O intercâmbio também anima o nosso povo para adotar tecnologias que possibilitam a convivência com o semiárido, além de conhecer as atividades de outra organização e ver o quanto esse trabalho é bem gerenciado”, explica o coordenador do projeto na SAET.
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