quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Encontro Microrregional apresentou carta ao CONAMA

A carta é um pedido de ações contra a desertificação no semiárido
O encontro reuniu pessoas de oito municípios (Juazeiro, Sobradinho, Sento Sé, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Curaçá, Casa Nova e Remanso)
O Encontro Microrregional terminou nessa quarta (26) com a apresentação de uma carta que deve ser encaminhada ao CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), tratando da preocupante situação de desertificação que cresce no semiárido brasileiro e cobrando ações de combate ao processo em andamento.
A carta foi elaborada depois de um debate onde integrantes de várias entidades, agricultoras e agricultores expuseram suas inquietações a respeito das mudanças pelas quais passa o ambiente natural na região. De acordo com o palestrante Cícero Félix (integrante da CPT), “é preciso cobrar das autoridades um posicionamento sobre o assunto”.
Cícero alerta os participantes sobre a situação do São Francisco
A fala de Cícero refletiu o sentimento de necessidade de expressão por parte das pessoas que vivem no semiárido. A todo momento diferentes pessoas da plenária diziam que era preciso expor a situação pela qual passa a população do semiárido. “É preciso ter coragem, ter ousadia de chamar a atenção das autoridades“, alertou Anderson Nascimento, integrante da comissão municipal de Casa Nova – BA. De acordo com ele “é urgente a consciência de cada um de nós para mudar a situação”.
Reforço – Anderson avaliou o evento como positivo. “A gente reanima, busca novas opções de convivência com o semiárido, discute propostas novas e a gente se reforça para continuar a luta no dia a dia junto aos companheiros e as comunidades no interior da nossa região”, ponderou.
Avaliação e Planejamento – O primeiro dia de trabalho serviu para socializar experiências, avaliar o programa e planejar ações. Divididos em três grupos (integrantes de comissões municipais, beneficiários de programas de cisternas e animadores do projeto), os participantes avaliaram os resultados que tem sido obtidos com as cisternas e a forma de utilização dessa tecnologia. Também foi pautada a relação entre a “indústria da seca” e as cisternas, pois ainda existe pessoas que utilizam a cisterna para armazenar água de carro-pipa, o que põe em risco a saúde da família e a deixa exposta a relação de “favores eleitorais”, prática ainda comum no Nordeste.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Capacitação reuniu pedreiros do programa de cisternas

A SAET realizou nos dias 19 a 23, em Remanso, uma capacitação para pedreiros. No primeiro dia da capacitação aconteceu um encontro mais ampliado para diversos pedreiros que já estão trabalhando no programa de cisternas. O objetivo do evento foi levar aos trabalhadores diversas informações sobre o trabalho de construção das cisternas, tanto de produção, quanto de captação de água para consumo humano.
Um grande número de profissionais participaram do evento
A coordenadora do programa na SAET, Maria Salete, apresentou as principais diferenças entre o projeto atual e projetos anteriores. Ela citou a construção de telhado – para residências com telhado inferior a 40m² - como a mudança mais significativa. Além dessa, Salete também falou da construção dos canteiros. “Construir a parte de alvenaria do canteiro é uma obrigação do pedreiro”, alertou ela e depois esclareceu que a parte de colocação dos canos, lona, telhas etc. é responsabilidade da família, após a capacitação das mesmas.
O trabalho seguiu com a análise - através de fotos – de cisternas bem construídas. O animador Anderson Fabiano avaliou que não basta apenas ter uma cisterna bem feita, “é preciso que a família cuide”. Segundo o animador é preciso, por exemplo, pintar a cisterna. Fabiano e Salete disseram ainda que o pedreiro tem um papel fundamental para a conscientização da família, visto que é esse profissional que está perto dos beneficiários no momento da construção.
Sugestões - Os pedreiros fizeram sugestões de mudança na estrutura da parte superior da cisterna. As sugestões foram observadas pela coordenadora e, de acordo com Maria Salete, farão pare da pauta de discussão na elaboração de novos projetos, já que o projeto atual não pode sofrer alterações.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

SAET divulga calendário de capacitações em GRH no município de remanso

 Confira a programação:


Data
Local
Comunidades
01 e 02/02/2011
Telheiro (Casa de Hildete)
Telheiro
05 e 06/02/2011
Lagoa do Garrote (Casa da Valdeni)
Lagoa do Garrote, Lagoa do Barro do Januário, Caldeirão do Café e Mastruz
08 e 09/02/2011
Estacada (Casa da Nedite)
Estacada
12 e 13/02/2011
Remanso (Sede do STR no Município)
Tapagem, Manteiga e Martinha
16 e 17/02/2011
Lages (Casa da Zélia)
Lages, Pedrinha e Tabuleiro
19 e 20/02/2011
Remanso (Sede do STR no Município)
Tamburil, Planta, Espinheiro e Barra do Cícero
21 e 22/02/2011
Remanso (Sede do STR no Município)
Maravilha, Pimenteira e Pedra da Onça
26 e 27/02/2011
Remanso (Sede do STR no Município)
Salinas Grande, Salina do Brejo e Mandu


quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Primeira cisterna já está construída

A cisterna é um belo presente para a família de Perivânia Dias

Dona Perivânia exibe orgulhosa a cisterna
A dona Perivânia Dias, 31 anos, moradora do Povoado Sítio do Caldeirão, em Campo Alegre de Lourdes-BA, a 799 km de Salvador, tem dois belos motivos para comemorar nesse dia 19 de janeiro: o primeiro é que hoje ela completa mais um ano de vida; o segundo é que nesse início de ano sua família foi contemplada com uma cisterna do programa Água Para Todos.
“Olhe lá o balde. Cansei de carregar água na cabeça”, relata a dona de casa olhando para um balde, com capacidade de 18 litros, o qual ela promete “aposentar”.
Dona Perivânia, assim como vários outros beneficiários do programa Água Para Todos, se diz muito feliz com a cisterna recém-construída. Aos poucos, com um sorriso imenso no rosto, ela vai explicando o quanto sofre com a dificuldade de conseguir água para consumo humano. “Será que amanhã vou amanhecer com saúde para buscar água para meus filhos?” Essa era a pergunta que dona Perivânia fazia a si mesma, quando o cansaço e o fim das atividades determinavam o término de mais um dia de luta.
Todas as manhãs a dona de casa bate à porta de dona Ilda Batisita, sua sogra. Esse é um gesto comum no sertão. Mas além de desejar um bom dia, Perivânia também busca alguns litros de água, armazenados na cisterna de 16 mil litros. Quando essa cisterna já não dá mais conta de suprir a necessidade das duas famílias dona Perivânia é obrigada a caminhar dois quilômetros até um barreiro onde capta água para beber. Depois, com um balde de 18L e sob um sol de quarenta graus ela segue para casa.

Quando o assunto é a água para o banho, por exemplo, a dona de casa tinha que andar ainda mais. Nesse caso são cinco quilômetros de caminhada até uma cacimba. No entanto, para essa situação Perivânia conta com o auxílio de uma carroça puxada por um animal.

Seu Paulo relata emocionado as dificuldades do trabalho

Emoção – Ouvindo o relato de dona Perivânia, seu Paulo Dias, animador de comunidade no município de Campo Alegre de Lourdes, quase não segura a emoção. Com os olhos brilhando, cheios de lágrimas (segundo ele de alegria), o animador relatava as dificuldades do processo, mas também a alegria de ver alguém tão feliz.
Depois seu Paulo explica o motivo da emoção. “Quando o pessoal fica alegre a gente também se alegra... É um retorno, uma satisfação”, respondeu ele, com os olhos novamente brilhando. Segundo Paulo Dias a satisfação só é maior quando a família beneficiada é humilde.  

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

SAET apresenta balanço das atividades

Em Campo Alegre as cisternas já estão sendo construídas

Após a primeira reunião de planejamento e avaliação das atividades a SAET divulga um balanço geral sobre andamento do Projeto Cisternas. Veja abaixo como está o trabalho nos oito municípios:

Campo Alegre de Lourdes – Todo material já foi entregue. Dezesseis pedreiros estão trabalhando na construção das primeiras cisternas e logo receberão o reforço de mais profissionais para agilizar o trabalho.

Casa Nova – O material está sendo entregue. Segundo Anderson Alves, integrante da Comissão Municipal, “a prioridade é levar o material para os lugares de difícil acesso, porque pode chover”, relata ele preocupado com o possível aumento do nível de água nos riachos, em conseqüência das chuvas que têm caído na região.
A previsão para início das construções é ainda na primeira quinzena de janeiro.

Curaçá – 150 cadastros já foram realizados para a cisterna de captação de água para consumo humano e 29 para a cisterna de captação de água para produção. “Logo, logo os outros 90 estarão prontos”, garante Antônio Mangabeira, integrante da Comissão Municipal. O último cadastro para construção de cisterna de produção deve ser feito até o dia 17 de janeiro.
Uma parte das cisternas de produção de Curaçá terá a construção antecipada. Esse trabalho está previsto para janeiro. Isso vai acontecer devido a dificuldade de levar material para as comunidades localizadas nas serras de Sento Sé, onde seriam construídas 30 cisternas.
O animador de comunidade Bartolomeu Amaral (Sento Sé) confirmou a informação dada por um fornecedor, onde citava o péssimo estado de conservação das estradas de Sento Sé, agora agravado pelas chuvas, o que impossibilita a subida de caminhões carregados.

Juazeiro – Os locais para a construção das 49 cisternas da 1ª etapa do projeto já foram marcadas e as capacitações em (Gerenciamento de Recursos Hídricos) estão quase concluídas.

Pilão Arcado – Todos os cadastros já foram feitos para os dois tipos de cisternas e 30 locais para construção de cisternas já tiveram as coordenadas obtidas. A última capacitação em GRH está marcada para dia 31 de janeiro e deve reunir famílias das comunidades de Jacu e Pontal.

Remanso – A marcação de cisternas para captação de água para produção começa essa semana. As trinta famílias já estão mobilizadas.

Sento Sé – Os cadastros para os dois tipos de cisternas estão prontos. As capacitações em GRH também já foram realizadas e uma parte das cisternas de produção (16) terá construção iniciada em janeiro.

Sobradinho – A Comissão Municipal está realizando a mobilização. A previsão é de término desse trabalho é para segunda quinzena de janeiro.