A carta é um pedido de ações contra a desertificação no semiárido
O encontro reuniu pessoas de oito municípios (Juazeiro, Sobradinho, Sento Sé, Pilão Arcado, Campo Alegre de Lourdes, Curaçá, Casa Nova e Remanso) |
O Encontro Microrregional terminou nessa quarta (26) com a apresentação de uma carta que deve ser encaminhada ao CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente), tratando da preocupante situação de desertificação que cresce no semiárido brasileiro e cobrando ações de combate ao processo em andamento.
A carta foi elaborada depois de um debate onde integrantes de várias entidades, agricultoras e agricultores expuseram suas inquietações a respeito das mudanças pelas quais passa o ambiente natural na região. De acordo com o palestrante Cícero Félix (integrante da CPT), “é preciso cobrar das autoridades um posicionamento sobre o assunto”.
Cícero alerta os participantes sobre a situação do São Francisco |
A fala de Cícero refletiu o sentimento de necessidade de expressão por parte das pessoas que vivem no semiárido. A todo momento diferentes pessoas da plenária diziam que era preciso expor a situação pela qual passa a população do semiárido. “É preciso ter coragem, ter ousadia de chamar a atenção das autoridades“, alertou Anderson Nascimento, integrante da comissão municipal de Casa Nova – BA. De acordo com ele “é urgente a consciência de cada um de nós para mudar a situação”.
Reforço – Anderson avaliou o evento como positivo. “A gente reanima, busca novas opções de convivência com o semiárido, discute propostas novas e a gente se reforça para continuar a luta no dia a dia junto aos companheiros e as comunidades no interior da nossa região”, ponderou.
Avaliação e Planejamento – O primeiro dia de trabalho serviu para socializar experiências, avaliar o programa e planejar ações. Divididos em três grupos (integrantes de comissões municipais, beneficiários de programas de cisternas e animadores do projeto), os participantes avaliaram os resultados que tem sido obtidos com as cisternas e a forma de utilização dessa tecnologia. Também foi pautada a relação entre a “indústria da seca” e as cisternas, pois ainda existe pessoas que utilizam a cisterna para armazenar água de carro-pipa, o que põe em risco a saúde da família e a deixa exposta a relação de “favores eleitorais”, prática ainda comum no Nordeste.