sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal!

A SAET deseja a tod@s um natal cheio de paz e alegria.


ACS de Juazeiro expõe aprendizado após capacitação

Na capacitação de ACS (Agente Comunitário de Saúde) realizada pela SAET nos dias 19 e 20 de dezembro em Juazeiro o agente Rogério Leite, que trabalha na região de Lagoa do Boi se destacou por seu dinamismo e conhecimento.  

Durante o curso Rogério e os demais participantes tiveram contato com vários exemplos de tratamento da água para consumo humano. “A gente viu vários exemplos que dão certo e que não dão certo”, comenta Rogério.

“A gente chega em casas em que as galinhas ficam em cima da cisterna, casas que têm chiqueiros próximo a cisterna. A gente sabe que isso pode contaminar a água da cisterna, causar doenças para toda a família”, relata ele com base nas experiências que vive no dia a dia de seu trabalho.

Além de demonstrar muito conhecimento em saúde Rogério ainda animou a turma com muita música


Rogério sabe a importância que a água tem para as famílias. Segundo ele, o líquido é “um fator importante, principalmente na vida das crianças”. Mas independente da casa ter ou não crianças, ele diz que é preciso tomar cuidados para que a água não se torne uma vilã. “Não tem o menor cabimento você está buscando a cisterna para melhorar a vida e por outro lado deixar que a água seja contaminada e prejudicar toda sua família”, argumenta o ACS.

Com tudo o que viu ele se diz mais seguro para realizar seu trabalho e fala que vai “utilizar o material didático distribuído no curso para sensibilizar as famílias sobre a necessidade de se prevenir”, conclui.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Casa Nova recebe curso de produção em canteiros econômicos



Famílias aprendem na prática a construção do canteiro econômico

A comunidade de Veredão dos Meireles, a setenta quilômetros de Casa Nova, foi o local escolhido para reunir as famílias a serem capacitadas em produção nos canteiros econômicos. Essa etapa de formação faz parte do Projeto Cisternas da SAET (Sociedade de Ações Educativas Sociais e Tecnológicas)/ASA (Articulação no Semi-Árido Brasileiro) em parceria com o Governo do Estado e Governo Federal.

A capacitação é realizada para todas as trinta famílias que receberam a cisterna de captação de água para a produção de alimentos. O objetivo é apresentar o potencial de produção com a água da cisterna, quando esta é utilizada da forma correta. “Tem que saber usar a água da cisterna. Outro dia o coordenador (Mauro Macêdo) visitou um agricultor em Pilão Arcado que está produzindo beterraba, couve, coentro... Tudo isso com água da cisterna”, relata Anderson Fabiano, animador de comunidade da SAET.

Um das principais atividades do curso é a montagem do canteiro econômico, que tem o piso forrado por uma lona para evitar o escoamento da água. O líquido chega através de um cano enterrado, o qual leva a água diretamente para as raízes, evitando assim a evaporação.

Além de pautar o cuidado no uso da água para evitar desperdício, o curso também apresenta outras ideias de convivência com o semiárido. Os agricultores aprendem, por exemplo, quais são os animais mais viáveis para criar no semiárido, tendo em vista o consumo de água e ainda aprendem a fazer um composto natural utilizado como defensivo contra pragas comuns a região semiárida.

Seu Luiz Carlos, que disponibilizou sua residência para aplicação do curso, diz que “Algo que chamou atenção foi o sistema da gente ter o veneno [defensivo] orgânico, fiquei muito satisfeito de a gente saber que vamos ter uma produção orgânica, que a gente não vai utilizar agrotóxico. A minha admiração é que a gente vai fabricar o defensivo na nossa própria comunidade”, explica entusiasmado.


Orgulho: beneficiária exibe produção irrigada com água da cisterna
Produção iniciada – Em Casa Nova as cisternas foram construídas em julho e a maioria já acumulou água. “A cisterna já encheu, já sangrou duas vezes e a previsão é que vai chover mais para a gente continuar o trabalho”, conta o agricultor Bartolomeu dos Santos.  

Ao ver a cisterna cheia, ele e a esposa, mesmo antes da capacitação, já começaram o cultivo. Eles aproveitaram o canteiro construído e plantaram coentro, cebola, pimentão. Antes da cisterna Bartolomeu, “ia (com um jumento) buscar água ‘num’ caxio. Quando não achava mais água no caxio ia buscar água lá ‘num’ poço cavado manualmente” conta ele. Segundo o agricultor esse trabalho levava de três a quatro horas e já houve casos em que o jumento cansou e não conseguiu completar o trajeto.

Bartolomeu ainda lembra muito bem das dificuldades pelas quais passou, mas já sente a mudança de vida com a implantação da cisterna de produção. “Agora já tá tudo mais fácil: a gente planta, colhe e não vai comprar mais verdura contaminada”, garante ele e ainda prevê uma produção livre de agrotóxicos.

Texto: Álvaro Luiz
Fotos: Anderson Fabiano (construção do canteiro) e Álvaro Luiz (beneficiária exibe produção)

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Agrotóxico irregular aparece em 28% dos vegetais no Brasil



Texto: Vanessa Correa

Extraído de Folha.com
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1017638-agrotoxico-irregular-aparece-em-28-dos-vegetais-no-brasil.shtml


Quase um terço dos vegetais mais consumidos pelos brasileiros apresentam resíduos de agrotóxicos em níveis inaceitáveis, de acordo com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). 

Das amostras de alimentos analisadas pela agência, referentes ao ano de 2010, 28% apresentaram ou limites acima do recomendável ou substâncias não aprovadas para o produto --um agrotóxico recomendado para o cultivo de eucalipto usado numa lavoura de tomate, por exemplo. 

O campeão de irregularidades é o pimentão --92% das amostras analisadas foram consideradas insatisfatórias no relatório do Para (Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos, da Anvisa). Há dois anos, esse índice era de 65%. 

Os outros dois alimentos mais problemáticos são o morango e o pepino, com 63% e 57% de amostras com mais agrotóxicos do que o permitido, respectivamente.

Foram analisadas 2488 amostras em todos os Estados e no Distrito Federal, exceto São Paulo, que não quis participar da avaliação. 

Segundo José Agenor Álvares da Silva, diretor da Anvisa, o problema de resíduos químicos em alimentos pode estar relacionado ao custo dos agrotóxicos. Os pequenos produtores, diz ele, acabam comprando produtos baratos, mas inadequados para um determinado cultivo. 

Silva cita ainda a falta de orientação de agrônomos sobre os produtos --agrotóxicos são usados para aumentar a a produção dos agricultores. 

PRODUTOS BANIDOS
Dos cinquenta princípios ativos mais usados em agrotóxicos no Brasil, 20 já foram banidos na União Europeia, segundo o diretor da Anvisa. 

O endossulfan, achado no pimentão, já não é usado nos EUA e China, por exemplo. Ele foi reavaliado pela Anvisa em 2010 e terá que ser banido do país até 2013. 

A presença de química não permitida ocorre em 85% das amostras de pimentão. 

Para Luiz Carlos Ribeiro, gerente da Andef (associação das empresas que fabricam agrotóxicos), isso se deve ao fato de os produtores de tomate, que normalmente também cultivam o pimentão, usarem o mesmo agrotóxico para as duas culturas. 

Para ele, o problema poderia ser amenizado se a Anvisa aprovasse mais rapidamente os novos agrotóxicos lançados no mercado. Hoje, diz Ribeiro, esse processo leva cerca de três anos. 

CÂNCER
A ingestão de comida com excesso de agrotóxicos de forma prolongada pode causar câncer, problemas neurológicos e malformação fetal. 

Pesquisas recentes mostram a relação da exposição a essas substâncias com doenças do sistema nervoso.

Em 2010, a Academia Americana de Pediatria fez uma pesquisa com 1.100 crianças e constatou que as 119 que apresentaram transtorno de déficit de atenção tinham resíduo de organofosforado (molécula usada em agrotóxicos) na urina acima da média de outras crianças. 

Em 2010, foi usado 1 milhão de toneladas de agrotóxicos em lavouras do país. Ou seja, 5 kg por brasileiro.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Lixões invadem a Caatinga



Fonte: Sertão Melhor (http://www.sertaomelhor.com.br/index.php?option=com_content&view=category&layout=blog&id=50&Itemid=62)
 Foto: Álvaro Luiz
Um cartão postal da modernidade, normalmente exposto às margens de rodovias

A epidemia de lixões a céu aberto não é exclusividade das grandes cidades. No Sertão, o primeiro sinal de que se está chegando a um povoado, vila, distrito, comunidade ou a uma cidade são os sacos de plástico pendurados em árvores e nas cercas de arame. São as “bandeiras” da degradação ambiental tremulando ao vento sertanejo.

No dia 24 de novembro Nilton de Brito Cavalcanti, assistente de pesquisa da Embrapa Semiárido em Petrolina (PE), flagrou no município de Juazeiro (BA) um desses lixões. Autor de mais de 200 artigos técnico-científicos que tratam de diversos temas relacionados com a região semiárida do Nordeste, Brito Cavalcanti não contém a indignação.

“Esses lixões estão causando danos irreparáveis ao ecossistema sertanejo.Nada tem sido feito para mudar essa realidade, mesmo sabendo-se que o rio São Francisco passa a poucos quilômetros dessa área. Com certeza, logo, logo esses sacos de lixo estarão no rio”, enfatiza.

“As características de cada lixão no Semiárido são relativas às condições de seus habitantes, contudo uma coisa é comum, os sacos plásticos predominam em todos. Os lixões começam do tamanho das comunidades e avançam com o seu crescimento”, prossegue o técnico da Embrapa Semiárido.

“Não podemos esquecer que o lixo é um problema mundial, todavia, temos que pensar em soluções para nosso caso. No meio da Caatinga, como as residências são afastadas umas das outras, não é possível ver essa concentração do lixo, contudo, uma olhada mais aguçada no quintal de qualquer casa comprova essa triste realidade”, conclui.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Agricultor já utiliza água da cisterna para produção de alimentos


José Amâncio mostra para o coordenador Mauro de Macêdo e o animador José Arnaldo a produção realizada nos canteiros


A família do agricultor e pedreiro José Amâncio, 42, tem ótimos motivos para comemorar a aquisição da cisterna de captação de água para produção de alimentos. O reservatório construído em agosto desse ano já está com água pela metade e José Amâncio já deu início a produção de alimentos em canteiros econômicos.

Ele mora com a mulher e dois filhos na comunidade Lagoa do Anselmo em Pilão Arcado. Ao lado de sua residência ele cercou uma área de 25m² com a tela que recebeu junto com a cisterna e nesse espaço cultiva couve, tomate, abóbora, pimentão dentre outros vegetais. “Com fé em Deus não vai faltar mais verdura para a minha família”, expressa sua expectativa. Ele ainda prevê o cultivo de laranja, manga, coco, limão e mexirica, o que deve balancear bastante a alimentação da família. 

 José Amâncio sabe que as chuvas que preencheram metade da cisterna de 52 mil litros foram fracas e apenas as primeiras, mesmo assim sua determinação já serve como exemplo para outras pessoas na comunidade. 

Ele relata que algumas pessoas ainda duvidam da possibilidade de produção de alimentos em canteiros econômicos. “Já vieram algumas pessoas dizer: ‘ah, não funciona’. Funciona. Garanto que, com toda certeza, funciona. E funciona bem por que gasta pouca água. Essa lona realmente impede a água passar. Para as pessoas que não acreditam seria interessante visitar algumas cisternas para conhecer melhor a importância das cisternas, desse projeto”, sugere o agricultor.

 Seu José diz que a cisterna não teria condições de manter a plantação se não fosse o canteiro econômico. Ele também rebate as críticas a respeito do cultivo de raízes como a cenoura. “Algumas pessoas vêm me dizer ‘não funciona’ (o canteiro econômico) por que a cenoura, por exemplo, é grande, vai chegar na lona. A gente tem produzido bastante, funciona sim, defende. Ele disse que já plantou uma vez, colheu e em breve deverá cultivar novamente o vegetal.

O bate-papo continua com um conselho: “o conselho que eu dou é que as pessoas deveriam aproveitar bem isso (a cisterna) por que é um investimento muito importante para a família e que vale a pena”, garante. 

Com um sorriso de satisfação no rosto seu José se despede com um relato comum às pessoas que recebem uma cisterna. ”Eu tinha um grande sonho de ter uma cisterna dessas. Eu ‘tô’ contente, feliz por que vou produzir alimento para a minha família”, conclui.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

“Lata” d’água na cabeça

Dona Leonice ajuda a instalar uma bica

 Dona Leonice Rocha, 50 anos, já viveu diversas experiências, inclusive a de carregar, na cabeça, um balde cheio de água. Isso começou a acontecer quando ela ainda era criança e se perpetuou por muitos anos até que em 2003 ela recebeu uma cisterna e desde então acompanha os processos de construção de cisternas, seja como integrante da comissão municipal de águas de Juazeiro, seja como animadora de comunidade.

No projeto da SAET, dona Leonice auxilia a execução desde a mobilização até o emplacamento das cisternas. Durante uma dessas atividades ela fez uma brincadeira que nos proporciona uma boa oportunidade de avaliar o acesso das famílias sertanejas a água.

“Já carreguei muita lata d’água na cabeça”, relata sorrindo dona Leonice. Acima de sua cabeça já não está mais o balde (tão presente em sua infância), pesado, cheio daquela água de qualidade duvidosa.  A “lata”, que quase não pesa sobre a cabeça não tem água, mesmo assim representa a esperança de uma família. A “lata” na verdade é uma bica de zinco que estava sendo instala em um telhado. É essa bica que levará a água - que cair no telhado – diretamente para a cisterna.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Dilma tratora as cisternas?


 Roberto Malvezzi (Gogó)
 
A sociedade civil articulada trabalha há anos a construção de um milhão de cisternas para a população difusa do semiárido. O P1MC já construiu cerca de 350 mil dessas cisternas. 

O resultado desse trabalho de rendeira, ponto a ponto, cisterna a cisterna, junto com outras políticas públicas como a elevação do salário mínimo, Luz para Todos e Bolsa Família, fizeram com que desaparecesse do cenário nordestino as grandes migrações, os altíssimos índices de mortalidade infantil, as famigeradas Frentes de Emergência, os macabros saques de famintos e sedentos. Parece pouco, mas é uma conquista histórica.

Seriam impossíveis essas conquistas sem que uma legião de pessoas, articuladas em mais de 700 entidades, não dedicassem suas vidas para vencer essas tragédias. Com uma pedagogia paciente, envolvendo as comunidades beneficiadas, fazendo a reflexão sobre a convivência com o semiárido, replicando tecnologias que passam a ser controladas pelas comunidades, a realidade mudou.

Dilma, quando entrou, disse que iria acelerar esse processo. Sempre ficou a dúvida de qual seria o método para essa aceleração. Anunciou a construção de 800 mil cisternas, como universalização do Água para Todos. Até aí estava tudo ótimo.

Mas, repentinamente a presidente anuncia que vai acelerar a implantação das cisternas através de um reservatório de plástico, comprados de uma empresa. A presidenta nem imagina o estrago que está fazendo. Se soubesse, não é possível que o fizesse.

Primeiro, as cisternas de plástico murcham com o sol, envelhecem rápido, o que as inviabiliza do ponto de vista técnico. Mas esse não é o problema fundamental. Nenhuma empresa tem interesse em fazer o trabalho pedagógico junto às comunidades. Para guardar a água da chuva é necessário um trabalho de reflexão sobre o semiárido, como ele é, suas leis naturais de chuva e secas, sua biodiversidade específica, assim por diante.

O Estado brasileiro, desde o nível federal até ao municipal, nunca soube, não sabe, não há sinal que um dia saberá como fazer essa educação. Tanto é que a fome e a sede reinaram por séculos até que a sociedade civil inaugurasse essa nova metodologia, estabelecendo uma fenda histórica antes o que foi feito antes e o que está sendo feito agora. Dilma vai enterrar a metodologia com suas cisternas de plástico.

Se existe demora, o correto seria fortalecer a ASA. Afinal, só o aditivo da Transposição, que está derretendo ao sol, é de 1,8 bilhões de reais, isto é, dinheiro suficiente para fazer  um milhão de cisternas.

Francamente, quem não ajuda que não atrapalhe. Se os governos não sabem fazer, que continuem apoiando aqueles que sabem. Já é uma contribuição excelente. Enterrar essas iniciativas, muito mais pedagógicas que obreiristas,  é ressuscitar a velha indústria da seca, tão ao gosto dos coronéis de ontem e de sempre.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

ASA comemora liberação de recurso para compra de sementes nativas



As organizações da sociedade civil que já trabalham com as sementes nativas e que possuam a Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (DAP Jurídica) têm até o dia 24 deste mês para apresentar uma proposta e concorrer ao edital lançado semana passada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. 

Estão sendo disponibilizados R$ 10 milhões para a compra, através do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), das sementes, também chamadas de crioulas, que em seguida serão distribuídas a cerca de 30 mil famílias agricultoras.

Em Alagoas, estado em que há uma mobilização forte em torno desta temática, muitas entidades já estão se organizando para elaborar suas propostas. O coordenador da Articulação no Semi-Árido (ASA) pelo estado de Alagoas, Mardônio Alves, acredita que essa é uma conquista da sociedade civil que vem lutando para a valorização dessas sementes tradicionais, cultivadas há gerações por agricultores e agricultoras do Semiárido.

Mariana Mazza - Asacom

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

“A sabedoria veio antes da letra”




No último final de semana tive mais uma vez a grata satisfação de me dirigir até o sítio Belo Monte, Povoado Testa Branca em Uauá - BA, com o objetivo de fazer uma visita a Seu Isaias, figura conhecida em todo Nordeste e até mesmo no exterior.

A fama de Seu Isaias chega aos mais variados lugares graças a facilidade (ou dom) que ele tem de encontrar água no subsolo. 

Para Ademilson Rocha (Tiziu do IRPAA), seu Isaias é “uma das maiores autoridades” no que diz respeito a convivência com o semiárido. E quem não conhece a história desse agricultor pode até pensar que esse ele é um homem que teve a oportunidade de estudar e obter na escola, os conhecimentos que utiliza em sua prática diária. Mas é justamente o contrário. Seu Isaias não teve muita chance para estudar e boa parte do que pratica no dia a dia aprendeu depois de fazer de sua propriedade um lugar de experimentações.

Tudo começou quando seu Isaias passou pela escola de formação do IRPAA, onde aprendeu muito. Foram quinze dias de muito aprendizado. A principal lição talvez tenha sido a que diz: “todos são inteligentes e podem utilizar tal inteligência para viver bem no semiárido”. Ele entendeu bem a mensagem e há muito tempo é referência no que diz respeito a convivência com o semiárido. Recebe muitas visitas e se diz muito feliz ao recepcionar as pessoas em sua casa. 

Além da ótima recepção, ele sempre apresenta sua religiosidade afinada, as experiências que tanto encantam e sempre deixa no ar frases que causam impacto e nos propõem uma reflexão. Dessa última visita socializo apenas uma: “A sabedoria veio antes da letra”.

Texto: Álvaro Luiz
Foto: Juvenal Lemos (Arquivo SAET)