quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Lagoas Novas teve reunião de mobilização

Agora Casa Nova já tem cerca de 250 cadastros


Varanda cheia para receber membros da CM (Comissão Municipal) e equipe da SAET. Essa foi a imagem encontrada por aqueles que chegavam, nesta segunda (29), à casa de Dona Marlene na comunidade de Lagoas Novas, interior do Município de Casa Nova – BA.
O motivo da visita dos vizinhos Dona Marlene já sabia: era dia de realizar cadastro para o programa de construção de cisternas e o local da reunião era a sua casa. Quando a CM chegou foi recebida com risos, olhares curiosos e muitas perguntas que aos poucos foram sendo esclarecidas por Maria Gorete, integrante da CM.
Gorete alertou os presentes sobre a necessidade de fornecer informações verdadeiras para realização do cadastro. “A gente pede o máximo de seriedade das famílias com relação aos critérios”, advertiu ela, depois de relatar situações onde o animador encontrou uma realidade que não condiz com as informações contidas no cadastro.
A integrante da CM ainda explicou que “não adianta cavar o buraco, colocar a areia e as pedras no local da construção se a família não se enquadra nos critérios”. Ela deixou claro que o animador vai verificar as informações antes mesmo do curso de GRH (Gerenciamento de Recursos Hídricos) e que a cisterna só será construída se os dados forem verdadeiros.
Outro integrante da CM, Antônio Costa, disse que “não é correto fazer uma cisterna para uma pessoa que mora em Casa Nova (Sede do Município) enquanto outra está aqui (interior) passando sede”. Segundo Antônio é muito comum que pessoas da Sede do Município, que têm propriedades no interior, tentem obter o benefício o qual deve ser apenas daqueles que residem no interior.
Para Casa Nova está prevista a construção de 270 cisternas. Até segunda foram realizados cerca de 250 cadastros e o restante deverá ser feito até o final da semana.

Previsão de melhorias – Dona Luzia de Souza, 57, é agricultora e dona de uma disposição incrível. Ela diz que, como muitos no sertão, acorda cedinho para a “labuta”. “faço muita coisa: cavo barreiro, estico cerca, aro terra, ‘panho’ lenha, tiro madeira”, resume ela um pouco do seu dia-a-dia. Depois de alguns segundos, tempo suficiente para respirar fundo e olhar ao longe – para a caatinga – ela conclui a idéia: “e ainda cuido da minha mãe”. Segundo a agricultora, sua mãe que faz 81 anos próximo dia 09 não tem mais condições de cuidar da casa.
Dona Luzia diz que “quando chove tudo melhora” referindo-se a água que ela armazena em tonéis, mas que dura pouco tempo. Quando acaba a água da chuva ela capta água em barreiros. O mais próximo fica a 30 minutos da sua casa. Ela diz que com o tempo a água fica ruim. “vai secando, ficando “pesada” (referindo-se ao sabor). Você ‘bota’ ela no filtro e logo tem que lavar a vela”, explica.
Obstáculos – Além do sol forte e do peso que carrega sobre a cabeça, dona Luzia conta rindo, que ainda há outro obstáculo enfrentado na busca pela água: uma cerca de arame. A agricultora diz que, para superar esse obstáculo de aproximadamente um metro, foram colocadas duas pedras – uma de cada lado da cerca – onde ela pisa para poder passar com o balde na cabeça.
Hoje, Dona Luzia faz o trajeto mais de duas vezes por dia em busca da água para beber, cozinhar e tomar banho. Com a construção da cisterna em sua residência, ela planeja buscar água no barreiro apenas uma vez por semana. “Não vou me preocupar com água para beber e cozinhar, por que terei na cisterna”, esclarece ela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário